Pípol, após alguma descontração retomo o lado sério do blog... preciso dizer que ando cada vez mais de cara com a relação homem x natureza. Fora as obviedades que todos estão carecas de saber, uma coisa tem me deixado meio cabrera ultimamente: a tecnologia.
Antes das vaias em massa, acalmem-se: eu não sou contra! Nem a favor... aff, não vai ser fácil explicar. Na verdade não sou a favor de um desenvolvimento tecnológico supermegamaster sem propósito, apenas pelo prazer que alguns sentem em desafiar as leis da natureza, alcançar lugares nunca dantes alcançados e provar por A + B que o homem domina a natureza e faz o que quer com ela. Pra que? Vaidade, ganância, ambição, sabe-se lá, existem milhares de explicações. O que não tem explicação pra mim é essa fixação que o homem tem em manipular tudo. Parece que quer brincar de Deus, de mãe natureza... mas que coisa! Não ganharam Lego quando eram crianças?? Poxa vida, a primeira coisa que eu vou providenciar pro meu filho, seja homem ou mulher é um Lego! Básico!
Mas então, faz um tempo que penso sobre isso, mas me caíram os butiás do bolso quando li uma reportagem (superinteressante, fev/2009) que diz que a NASA vai bombardear a lua, pra ver se tem água. Ora vejam só, e sabe quanto vai custar isso?? Bilhões de dólares... e o resultado? Não sei, ninguém sabe, cogitou-se até a possibilidade de tirar a lua de órbita.
Eu não sei vocês, mas eu fico besta com isso. Quem é a NASA para colocar a lua em risco?? E o que me interessa se na Lua tem água... se nós não conseguimos nem cuidar dela aqui na Terra? Deve ser por isso.
Enfim, depois de horas de discussão com amigos, colegas e quem mais aparecesse na frente (confesso que no dia que soube disso fiquei endiabrada) tomei conhecimento de um conto (segue abaixo) que ilustra bem a relação homem x natureza auxiliado pela ‘beleza’ da tecnologia. Reconheci ali várias ações que vem acontecendo atualmente, onde na tentativa de tapar a cabeça, o glorioso ser humano – provido de inteligência (???) destapa os pés. Boa leitura.
Considere este "pitoresco" e trágico exemplo de como as espécies podem ser afetadas pelas formas mais improváveis: A Organização Mundial de Saúde (OMS) instituiu um programa de pulverização com DDT (um potente e hoje proibido inseticida) a fim de se eliminar mosquitos na ilha de Bornéu, visto que os moradores sofreram com uma epidemia de malária. Entretanto, a pulverização também destruiu as vespas que se alimentavam de lagartas que comiam a armação dos tetos das casas. Como as lagartas não foram eliminadas, agora sem predadores, os tetos das choupanas começaram a desabar resultado de um programa aparentemente benéfico de eliminação de mosquitos. Neste ínterim se iniciou um segundo programa de eliminação das moscas caseiras. Até então, as moscas eram controladas por lagartixas que habitavam as residências. Com o envenenamento das moscas pelo DDT as lagartixas que as comiam também eram envenenadas. Intoxicadas, as lagartixas caíam dos tetos e eram comidas pelos gatos domésticos que, também, começaram a morrer. Como conseqüência direta da morte dos gatos ocorreu uma superpopulação de ratos que, até então, eram controlados pelos mesmos. Os ratos passaram a invadir as casas, consumir alimentos e a transmitir doenças aos humanos. Finalmente, buscando restaurar o equilíbrio, instituiu-se um programa de atirar gatos (de pára-quedas) nos remotos vilarejos de Bornéu. Observe como as conseqüências de determinada ação pode se estender além da espécie alvo.
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